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A princesa de Idahue

 

Há tempos remotos, existia perto do rochedo de Idahue, no Colchagua, um reino. Os palácios dos nobres eram luxuosos, mas ficavam muito pequenos diante do luxo do palácio real. Todos ficavam deslumbrados diante de tanta riqueza. 

 

O rei tinha uma filha. Ela era a mais bonita de todos os reinos. Mas o que ela tinha de bonita, tinha de caprichosa. Nada a contentava ou a deixava satisfeita. Todas as joias e adornos mais lindos ficavam feios diante de sua beleza. Ela deixava todos os estilistas, joalheiros e perfumistas loucos por causa de seus caprichos.

 

O rei sofria ao ver as atitudes da filha com as pessoas. Um dia disse para ela: — Tem de corrigir suas atitudes, minha filha. Humilhas as damas de companhia e ofende os pobres com seus deboches e ironias. O que você gasta com suas roupas deixaria ricos muitos de meus súditos.

 

Mas a princesa ignorou o que seu pai disse. Preocupado, o rei pediu um conselho para os sábios dos reinos. Um deles, o mais sábio, foi encarregado de dar um corretivo para a princesa para que ela entendesse que não poderia agir com falta de respeito com as pessoas e ser tão orgulhosa de sua beleza.

 

Para ensiná-la a ser mais humilde deu a sentença à princesa:

 

— Permanecerás no interior do rochedo até que decidas corrigir a sua vaidade e por freios nos seus caprichos. Todas as manhãs a sua prisão será aberta e terá a oportunidade de recuperar sua liberdade. Ao aprender que pode se adornar somente com flores e com simplicidade, conseguirás sua liberdade. Mas se a sua vaidade for maior, ficarás presa.

 

Desde então todas as manhãs a porta se abre e é oferecido à princesa a liberdade que os pássaros e os ventos desfrutam. A princesa quer ser livre. Mas, quando se lava com água fresca e se olha no espelho, começa a pentear o cabelo de maneira obsessiva. Se olha no espelho e se acha tão bela que não resiste aos seus cremes e passa horas cuidando de sua aparência sem se dar conta que o dia passou. Por isso, à noite, volta para seu castigo.

 

Assim, todos os dias, há muitos anos, a princesa segue essa rotina. Desde as primeiras luzes do dia pode-se contemplar a luta entre a vaidade e a liberdade. Mas a vaidade para a princesa é mais importante que a

sua liberdade.

 

O rei morreu, as riquezas que o rodeavam terminaram e o reino ficou arruinado. Hoje, aos arredores do rochedo não há mais vestígios de tanta riqueza. Porém, sozinha, uma mulher vive desafiando o tempo com a sua incorrigível coqueteria.

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