
Histórias do
Globo Mágico

Os chifres do avestruz
Em uma época em que o avestruz tinha longos e pontudos chifres na cabeça e, o antílope, não, eles se encontram perto de um leito seco de um rio.
— Saia do meu caminho ou vou te dar uma chifrada com meus belos chifres — disse o avestruz.
—Belos? Eles são grandes demais para a sua cabeça tão pequena. Você fica ridículo com eles — respondeu o antílope.
— Mais uma palavra insolente eu acabo com você — retrucou o avestruz.
— Terá que me pegar primeiro! — desafio o antílope.
— Pensa que é mais rápido do que eu, quadrúpede imbecil?
—Estou dizendo que até uma lesma é mais rápida que um grandalhão como você.
— Sou famoso em todo o deserto do Kalahari pela velocidade.
— Podemos tirar a dúvida apostando uma corrida no leito do rio. — desafio o antílope.
— Está bem, mas eu não consigo carregar um peso tão grande em um dia quente como hoje.
— Os chifres não me fariam correr menos — desafiou o antílope.
O avestruz jogou em direção a ele: — Pode usá-los, então. Quero ver até onde você consegue correr com eles.
O antílope pôs os chifres na cabeça. Eram pesados, mas não quis admitir isso.
Os animais de posicionaram e a corrida começou. Os cascos do antílope o protegiam das pedras pontudas e do cascalho no leito do rio, mas os pés do avestruz eram macios e logo ele ficou para trás.
—Ai! Você escolheu este caminho de propósito. Vamos apostar corrida em algum outro lugar — gritou o avestruz.
O antílope deu risada e continuou correndo. Ele não deixou que o avestruz o alcançasse porque, na verdade, não queria devolver os chifres. Está com eles até hoje.