Histórias do

Os quatro mágicos

 

Quatro mágicos decidiram fazer uma aposta para saber qual deles era o melhor mágico, o mais esperto e poderoso. Cada um viajou para uma parte diferente da Índia, colecionando feitiços e aprendendo magia com sábios homens e mulheres ao longo de seu caminho. Depois de muitos anos, eles se encontraram novamente na praça de uma remota cidade.

 

— Vejam só o que aprendi a fazer— disse o mágico que havia viajado para o norte, até as montanhas de picos nevados. Ele despejou um líquido borbulhaste de dentro de uma garrafa e apareceu no chão um rabo de tigre, com pelo listrado e tudo.

 

— Posso fazer melhor que isso — gabou-se o mágico que tinha ido para o leste, através das planícies férteis. Ele murmurou um feitiço de um dos seus vários cadernos de notas e o resto do tigre apareceu na ponta do rabo.

 

— Muito impressionante — sorriu o terceiro mágico, que tinha se aventurado para o sul, em direção à nebulosa selva. — Mas vejam isso, meus caros.

Ele traçou um desenho com o dedo na cabeça do tigre e o rabo começou a balançar. Os bigodes começaram a tremer.

 

Os outros mágicos ficaram aturdidos. Quem poderia ter acreditado que um homem poderia dar vida a um ser inanimado? Eles viraram para o quarto membro do grupo, imaginando como ele poderia superar uma mágica daquela.

 

—Ai de mim! — disse Narendra, o quarto mágico. — Aprendi apenas uns truques simples que qualquer ilusionista sabe fazer.

 

Os outros mágicos sorriram. Pobre Narendra! Só tinha aprendido alguns truquezinhos comuns!

 

Absortos em sua competição, eles não tinham percebido que o tigre já havia sentado e estava observando-os, agitando a cauda. Num instante, o tigre rugiu e saltou na direção deles.

 

Narendra estalou os dedos e uma jaula apareceu do nada, prendendo o tigre.

 

O terceiro mágico uniu as mãos e curvou-se diante dele.

 

— Sua mágica é a melhor de todas, Narendra, pois com ela você nos salvou da morte certa enquanto que a minha só nos colocou em grave perigo.

 

A grande magia não tem valor, a menos que seja usada com pouquinho de cuidado e bom senso. Você é realmente o mais esperto e o mais poderoso mágico de  todos.