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Gonbeesan

 

Em uma pequena vila havia um servo velho de nome Gonbeesan. Perto de sua casinha havia um lago, desses meio pantanosos, onde ele costumava observar a chegada de vários patos-selvagens que vinham do norte, durante o outono.

 

Um dia, o velho servo decidiu pegar alguns patos-selvagens, já que não estava trabalhando com o arado. Desde aquele dia, começou a colocar armadilhas em alguns pontos do lago e conseguia pegar um pato a

cada manhã.

 

Logo um pensamento veio-lhe à cabeça:

 

"Pego um pato todos os dias, e somente um. Isso é chato! Quero pegar cem patos! Isso: cem deles! Aí então poderei descansar os outros noventa e nove dias. Muito bem, é isso que farei!"

 

Gonbeesan trabalhou sem parar fazendo suas armadilhas a fim de realizar seu plano. Até que finalmente conseguiu montar cem armadilhas. Poderia, com elas, aprisionar um pato-selvagem em cada uma. Arranjou todas as armadilhas em fileira, fez laços apertados e esperou pela chegada dos patos.

 

A madrugada chegou rapidamente. Centenas de patos-selvagens estavam chegando ao lago, e, um a um, acabaram sendo presos pelas armadilhas. Gonbeesan estava radiante de alegria, e começou logo a contar os patos que tinha aprisionado. Pôde contar noventa e nove, todos eles imóveis, presos às armadilhas.

 

— Muito bem, muito bem... somente mais um e terei cem deles!, falou sozinho o velho, que ficou esperando pelo último pato-selvagem.

O pato esperado, entretanto, não chegou. Os outros patos já estavam resmungando por causa dos laços das armadilha e a aurora já despontava no horizonte.

 

Com os primeiros raios de sol, de repente todos os patos começaram a voar ao mesmo tempo. Noventa e nove patos voando, todos presos à mesma corda! Faziam um esforço enorme para levantar vôo, e, sem saber como, Gonbeesan caiu em uma das armadilhas e foi levado ao céu junto com os outros patos.

 

Os patos estavam voando para o sul. Gonbeesan era o último da fila, preso pelo pé, e estava com medo de cair; os patos voavam para o alto e mais para o alto, sobre as nuvens e sobre os montes. Olhou para baixo e viu que as casas estavam ficando cada vez menores. Então começou a gritar, "Socorro! Alguém me ajude! Quero descer!"

 

Os patos, por outro lado, pareciam não escutar o que ele dizia e continuavam a subir.

 

De repente, a corda que estava prendendo o pé de Gonbeesan rompeu-se. Ele estava caindo nuvens abaixo, em direção às verdes pastagens lá embaixo.

Mas... meu Deus! seu corpo estava ficando menor e cada vez menor! Surgiram asas no lugar de seus braços e um bico no lugar de sua boca! Gonbeesan havia se tornado um pato-selvagem! Agora ele podia voar com os outros, e foi o que fez.

 

Estava mais do que surpreso com tal mudança. Depois de voar algum tempo, sentiu fome e teve vontade de descer para comer algo. Como os outros patos, Gonbeesan procurava um lugar para pousar e procurar comida. Viu, finalmente, um lago pantanoso e decidiu dar uma esticada até lá.

Havia muitos peixes nadando logo abaixo a superfície da água. Agora ele podia matar a sede e comer alguns peixinhos.

 

Alguma coisa, porém, estava segurando seus pés. Voltou-se rapidamente para baixo e viu que estava preso em uma armadilha! A armadilha era semelhante àquelas que ele fazia antes. Não podia mover as pernas.

Estava preso!

 

Uma tristeza profunda invadiu sua alma e pensou, "fui muito mau quando fiz aquilo com os patos-selvagens. Agora entendo como fui mau com eles!"

 

Lágrimas começaram a escorrer pela face até o bico.

 

Algumas lágrimas desceram até a corda que estava prendendo seu pé, molhando-a. Curiosamente, a corda se soltou e seu corpo cresceu novamente. Agora ele era, milagrosamente, Gonbeesan, o velho servo feudal!

Desde esse dia Gonbeesan decidiu parar de aprisionar os patos-selvagens e prometeu ser um homem de boas-ações para o resto de sua vida.

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