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O cacto e o junco

 

Um jovem chamado Tintoba estava muito cansado por ter trabalhado o dia todo. Tomou um banho no lago. Depois deitou embaixo de um salgueiro

e cochilou. 

 

Duas mulheres passaram rindo e ele acordou. Uma delas ofereceu um pouco de água e ele ficou apaixonado ao vê-la.

 

Enamorado, não conseguia comer e nem dormir. Decidiu procurá-la em todos os povoados. Não a encontrou. Triste decidiu ficar no povoado mais próximo de onde a encontrou. Lá aprendeu a tecer e tingir lã. Um dia escutou uma gritaria. Olhou na janela e viu uma rica comitiva que passava com jóias, plumas e peles. Disseram que os presentes eram para a filha do cacique.

 

À noite, passeando para tentar diminuir a sua dor por não encontrar o amor de sua vida, Tintoba viu uma moça chorando ao lado de um tronco de uma árvore. Ele se aproximou e viu que era a menina que ele se apaixonara.

 

O nome dela era Súnuba e ela chorava porque estava prometida para o cacique guerreiro e ela não queria casar com ele. Mas seu pai a obrigava

a casar.

 

Quando o pai de Súnuba foi lutar com outra tribo, ele foi buscar Súnuba. Felizes e apaixonados, fugiram antes que o seu pai retornasse. Juntos semearam árvores frutíferas que deram belos frutos.

 

Um dia, ao retornarem para a casa, encontraram um mensageiro do cacique guerreiro que havia encontrado os fugitivos. Tiveram de ir até o sacerdote Chibcha, que decidia o destino das pessoas. Ele ordenou que ela retornasse para a casa de seu pai.

 

O pai de Súnuba estava bravo e ordenou que ela se casasse com o cacique: — Te prometi quando ainda era menina e a minha palavra tem de ser cumprida.

 

Súnuba respondeu chorando: — Meu amor que deve ser cumprido.

 

Ela correu em busca de seu amado, que não suportava a ausência da amada  e também a buscava. 

 

No limite do vale, perto de um lago, eles se encontraram. Correram

na direção um do outro para se abraçarem. Mas um ruído retumbou e a

terra estremeceu.

 

Enquanto corria, Tintoba sentiu que suas pernas não o obedeciam mais e começavam a ficar muito lentas. Seu corpo ia se transformando em um cacto cheio de espinhos. Enquanto isso, Súnuba ficou presa nas margens do lago e se transformou em um bonito junco.

 

Hoje o casal permanece ali. O junco e o cacto se contemplam todos os dias, mas não podem se falar.

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