
Histórias do
Globo Mágico

O sol e a chuva
Dzivaguru, a deusa da terra, só precisava tocar sua trombeta para as árvores crescerem e as chuvas caírem. Ela tinha dois pássaros-sol que iluminavam o céu, mas uma vez ao ano, ela deixava que eles saíssem da gaiola para trazer o calor do verão à terra.
O filho do deus do céu Chikara, Nosenga teve a ideia de iluminar a terra, que era escura, para que as pessoas o adorassem no lugar de Dzivaguru por dar a luz.
Nosenga desceu à terra e chamou a deusa. Dzivaguru não respondeu porque estava desconfiada e se refugiou numa montanha com um pássaro-sol em cada mão.
Mas, os pássaros eram feitos de fogo e era muito doloroso segurá-los entre as mãos por muito tempo. Quando Dzivaguru teve de soltá-los, Nosenga os apanhou com uma rede. Agora que eram seus, podia fazê-los voar o quanto quisesse.
Ele os levantou e o céu ficou iluminado. As pessoas ficaram maravilhadas, pois estavam no meio do inverno e não esperavam pelo sol.
— Você acha que roubou de mim o amor das pessoas. Mas toda a vez que você levantar os pássaros-sol, não deixarei a preciosa chuva cair, então a terra ficará seca e as plantas murcharão. Se você os exibir, os camponeses irão te amaldiçoar e não te abençoar.
E tem sido assim desde então. O sol nasce todos os dias para aquecer a terra, mas se eles ficam muito tempo nos céus, a terra fica seca e as pessoas anseiam pelas chuvas, presente de Dzivaguru.