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A justiça do rei

 

No ano de 1443, reinava na Hungria o rei Matias. Ele queria que a justiça sempre prevalecesse em seu reino. Um dia colocou roupas simples para passear pelas ruas de Kolozsvar.

 

Viu um grande tumulto e se aproximou para ver o que era.  Sentiu a mão de um oficial cair no seu ombro. — Ei, narigudo, mexa-se e vá descarregar a lenha do prefeito como todos fazem.

 

O rei não ficou ofendido porque tinha o nariz grande. Percebeu que a na casa soberba do prefeito de Kolozsvar havia dezenas de vizinhos descarregando lenha diante dela. Os guardas vigiavam o trabalho e chamavam a atenção se alguém parasse de trabalhar para descansar.

 

O rei Matias ficou trabalhando com os outros. Quando terminou, chamou o prefeito que observava na varanda de sua casa. 

 

— O senhor é o prefeito de Kolozsvar? — perguntou o rei.

 

— Quem você pensa que é para dirigir a palavra para mim?

 

— Se é o senhor, gostaria de pedir que me pague o jornal — respondeu Matias.

 

Dando gargalhadas o prefeito mandou seus guardas dar o pagamento ao insolente. Os soldados deram muitos golpes nas costas do rei.

 

Na manhã seguinte, o rei voltou ao povoado. Mas estava vestido de rei e com a sua comitiva. O soberano  saudou o prefeito:

 

— O que há de novo na minha bela Kolozvar? As pessoas vivem felizes aqui?

 

— Sim, muito contentes.

 

— Vejo que o senhor tem o palácio mais bonito da cidade — disse o rei.

 

— Deus, em sua infinita bondade, me recompensou dos meus esforços, majestade.

 

O rei completou:

 

— Precisa de muitos servidores para buscar lenha no bosque, transportar e amontoar a lenha aí, não?

 

— Os bons vizinhos me ajudam!

 

— Suponho que o senhor deve saber recompensá-los — insistiu o rei.

 

 

—Oh! Na realidade, eles fazem isso voluntariamente e sem querer nenhuma recompensa — respondeu o cínico.

 

— Estranho que nenhum tenha pedido para ser recompensado. Não é o que eu tenho escutado.

 

O prefeito empalideceu e o soberano ordenou:

 

— Desfaça as pilhas de lenha. Tenho algo para te ensinar. — disse o rei repetindo suas palavras  e a resposta do prefeito no dia anterior.

 

Desesperado, pediu perdão de joelhos.  Mas o rei foi implacável. Não mandou bater no prefeito, mas confiscou toda sua fortuna e distribuiu para os pobres, pois assim ele lembraria muito mais do que os golpes.

 

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